domingo, 25 de maio de 2008

Olhos d'água

Ahhhhhhh vou ter que escrever essa lembrança. A foto abaixo me fez lembrar de uma das pessoas mais queridas de minha vida, que costumava me chamar de olhos d'agua. Se ele me visse hoje ia dizer que meus olhos andam inundados.
Dele sinto uma saudade sem nome. Uma saudade que a gente sabe indizível. Eu já não saberia separá-lo de mim. E sei que não vai ser preciso porque é assim que é. A gente existe um no outro de um jeito que não tem mais jeito. Dele eu construí tanto em mim. Com ele me refiz inúmeras vezes. Nele construí um mundo e lá deixei parte do que é o melhor de mim!

"Baby, today my eyes are invested with remoteness and intangibility!"

Dias longos desde então...


Nao faz tanto tempo reparei que os dias mais longos são aqueles que estão repletos de novas experiências. São longos. Têm sido. Não que eu venha tendo tantas novas experiências assim. Mas é que quando se tem uma que muda todo seu olhar pra vida até as coisas mais rotineiras e banais vão assumindo outros significados, você vai construindo tudo de novo. Cansa. Eu ando exausta. Coisa absurda isso de viver assim. Os tons das cores mostram tantas coisas, o barulho da chuva canta mil músicas, seu próprio nome ecoa a kilômetros de distância. É impossivel dizer. Eu não digo. Mas aí me tomam por qualquer outra coisa que não me importa mais. Eu gasto meus longos dias refazendo tudo enquanto faço as mesmas coisas. Olho. Sinto. E me espanto com a beleza.

The Scarlet Letter - Nathaniel Hawthorne

I have been reading this book and this part has just taken me from myself...

“It was as if she had been made afresh, out of new elements, and must perforce be permitted to live her own life and be a law unto herself, without her eccentricities being reckoned to her for a crime.”

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Sábado, 3 de maio de 2008

Enquanto a chuva caia na cidade pensava no que restara da vida. Tentava sistematicamente enumerar. Os recentes telefonemas que recebera naquela noite ecoavam no meu mar represado. Lembrava de uns trechos do Caio enquanto o carro me levava pela cidade. Era minha aquela noite. Os deuses haviam prometido! Sentia aquele aperto no peito. O que eu vou fazer agora? Caio dizia que a morte constante das coisas era o que mais lhe doía. Respirei fundo e pensei que sim! Mesmo assim era bom viver. Coisa complicada isso de viver, mas estava quase certa que era bom!
Precisava fazer algo de tudo que vi da vida. O melhor de mim esteve diante de meus olhos por toda noite. As lagrimas longamente represadas se arrebentavam em longas risadas. Alguns olhares claros que me cercavam iluminavam a estrada. Quando a luz volta a ser um sol, aquece. O vento bate e alenta. Eu deixo aquela obrigação de ter que fazer algo com aquele aperto no peito e fico ali, sem compreender, sem saber como o frio passou. Ficava vendo minha alma amanhecer. Estava timidamente amanhecendo nos olhos de antigos e novos amigos. Os cheiros, suores, abraços, a musica, o corpo... tudo amanhecia em mim. Encontrara um jeito de continuar. Dizia a alguém que aquele poderia ser o primeiro dia da minha vida. E não era vontade de simplificar. Era vontade de vida, de ser melhor pra mim, pros outros, de me deixar encantar por tudo que a vida trouxesse. Vontade de continuar amanhecendo nos olhos daqueles que escolho chamar de amigos.


"You are just too good to be true! You'd be like heaven to touch!"
These sentences above are specially for the ones who ended the night at Gabriel's house!
No words were left to speak!