domingo, 30 de novembro de 2008

À noite da criança- louca, do céu-mar e do blues japonês.


Vienna - Billy Joel

Slow down you crazy child
You're so ambitious for a juvenile
But then if you're so smart tell me why
Are you still so afraid?
Where's the fire, what's the hurry about?
You better cool it off before you burn it out
You got so much to do and only
So many hours in a day

But you know that when the truth is told
That you can get what you want
Or you can just get old
You're gonna kick off before you even get halfway through
When will you realize...Vienna waits for you

Slow down you're doing fine
You can't be everything you want to be
Before your time
Although it's so romantic on the borderline tonight (tonight)
Too bad but it's the life you lead
You're so ahead of yourself
That you forgot what you need
Though you can see when you're wrong
You know you can't always see when you're right(you're right)

You got your passion you got your pride
But don't you know that only fools are satisfied?
Dream on but don't imagine they'll all come true
When will you realize
Vienna waits for you

Slow down you crazy child
Take the phone off the hook and disappear for a while
It's alright you can afford to lose a day or two
When will you realize...
Vienna waits for you.

And you know that when the truth is told
That you can get what you want
Or you can just get old
You're gonna kick off before you even get halfway through

Why don't you realize...Vienna waits for you
When will you realize...Vienna waits for you

Vienna (Tradução) Billy Joel

Devagar, sua criança louca
Você é tão ambicioso para um jovem
Mas então se você é tão esperto, me diga porque você ainda tem medo?
Onde está o fogo? pra que é a pressa?
É melhor você aproveitar isso antes que você perca
Você tem muito o que fazer e apenas tantas horas em um dia

Você não sabe que quando a verdade é contada
Que você pode conseguir o que quer ou você pode apenas ficar velho?
Você vai desistir antes mesmo de passar metade do caminho
Quando você perceberá que vienna espera por você?

Devagar, você está indo bem
Você não pode ser tudo que você quer ser antes do seu tempo
Embora é tão romântico no limite hoje a noite
Tão ruim, mas é a vida que você leva
Você está tão adiante de si mesmo que você esqueceu o que você
Precisa
Apesar que você pode ver quando você está errado
Você sabe, você não pode sempre ver quando você está certo

Você tem sua paixão, você tem seu orgulho
Mas você não sabe que apenas bobos estão satisfeitos?
Sonhe, mas não imagine que eles todos se realizarão
Quando você perceberá que vienna espera por você?

Devagar, sua criança louca
Tire o telefone do gancho e desapareça por um instante
Está tudo bem você pode permitir-se de perder um dia ou dois
Quando você perceberá que vienna espera por você?
Quando você perceberá que vienna espera por você?

sábado, 1 de novembro de 2008

Millor

"só a descrença total pode trazer alguma solução. só o ceticismo integral pode começar a produzir um mínimo de verdade, criar um sentimento de maior aproximação com o outro ser humano assim mesmo como ele é; quer dizer, a partir do conhecimento de sua crapulice, de sua mentira, de sua quase absoluta incapacidade de corresponder. Acho que já aprendi a conhecer o ser humano que sou eu mesmo.Não adianta toda a minha racionalização e saber que cada palavra de meu interlocutar não corresponde a nada do que ele é.O sentido de humor, que me faz ver sempre falho – me mostra toda a complexidade das relações humanas como uma coisa extraordinariamente engraçada, mesmo quando dramática, mesmo quando odiosa.. pois fora do ser humano a vida não tem enredo. fora do ser humano não há salvação." Millor

domingo, 21 de setembro de 2008

A Incrível poesia de Ana Akhmátova

Dedicatória
Ana Akhmátova

Tradução de Aurora F. Bernardini e Hadasa Cytrynowicz

Diante dessa dor curvam-se os montes,
O Grande rio já não corre,
Mas são fortes as trancas das prisões,
E atrás delas os "covis de forçados"
E uma angústia mortal.
Para quem sopra a brisa leve,
A quem enternece o pôr-do-sol —
Não sabemos, por toda parte iguais,
Ouvimos só o hediondo estridor das chaves
E os passos pesados dos soldados.
Levantávamos como para a missa da manhã,
Íamos pela cidade embrutecida,
Nos víamos lá, mais exânimes que os mortos,
O sol mais baixo e mais nublado o Nieva,
Mas a esperança ainda cantando ao longe.
A sentença... E as lágrimas irrompem,
De todos já afastada,
A vida arrancada do coração aos gritos.
Derrubada de costas, brutalmente,
Mas ela anda... Cambaleia... Só...
Onde estão as amigas prisioneiras
Dos meus dois anos de inferno?
O que elas vêem na tormenta siberiana,
O que tremeluz no halo da lua?
A elas, meu adeus de despedida.

(Março 1940.)


Réquiem, Art Editora, 1991 - S.Paulo, Brasil


Ana Akhmátova - Meu mais novo achado em poesia

Como Pedra Branca

Ana Akhmátova

Como pedra branca no fundo do poço

dentro de mim está uma memória.

Nem quero afastá-la, nem posso:

é sofrimento e é prazer e glória.



Julgo que quem olhar-me bem de perto

dentro em meus olhos logo pode vê-la.

E ficará mais triste e pensativo

que alguém que escute uma anedota obscena.



Eu sei que os deuses metamorfoseavam

os homens em coisas sem tirar-lhes alma.

Para que o espante da tristeza dure sempre,

em coisa da memória te mudei.



(Tradução de Jorge de Sena)



TREZE VERSOS


E finalmente pronunciaste a palavra

não como quem se ajoelha,

mas como quem escapa da prisão

e vê o sagrado dossel das bétulas

através do arco-íris do pranto involuntário.

E à tua volta cantou o silêncio

e um sol muito puro clareou a escuridão

e o mundo por um instante transformou-se

e estranhamente mudou o sabor do vinho.

E até eu, que fora destinada

da palavra divina a ser a assassina,

calei-me, quase com devoção,

para poder prolongar esse instante abençoado.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

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"Fico tão cansada às vezes, e digo para mim mesma que está errado, que não é assim, que não é este o tempo, que não é este o lugar, que não é esta a vida. (...)então eu não sentia nada, podia fazer as coisas mais audaciosas sem sentir nada, bastava estar atenta como estes gerânios, você acha que um gerânio sente alguma coisa? quero dizer, um gerânio está sempre tão ocupado em ser um gerânio e deve ter tanta certeza de ser um gerânio que não lhe sobra tempo para nenhuma outra dúvida..."

Caio Ferando Abreu

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Adão & Eva - José Régio

Olhámo-nos um dia,
E cada um de nós sonhou que achara
O par que a alma e a cara lhe pedia.
– E cada um de nós sonhou que o achara...
E entre nós dois
Se deu, depois, o caso da maçã e da serpente,
... Se deu, e se dará continuamente:
Na palma da tua mão,
Me ofertaste, e eu mordi, o fruto do pecado.
– Meu nome é Adão ...E em que furor sagrado
Os nossos corpos nus e desejosos
Como serpentes brancas se enroscaram,
Tentando ser um só!
Ó beijos angustiados e raivosos
Que as nossas pobres bocas se atiraram
Sobre um leito de terra, cinza e pó!
Ó abraços que os braços apertaram,
Dedos que se misturaram!
Ó ânsia que sofreste, ó ânsia que sofri,
Sede que nada mata, ânsia sem fim!
– Tu de entrar em mim, Eu de entrar em ti.
Assim toda te deste,
E assim todo me dei:
Sobre o teu longo corpo agonizante,
Meu inferno celeste,
Cem vezes morri, prostrado...
Cem vezes ressuscitei
Para uma dor mais vibrante
E um prazer mais torturado.
E enquanto as nossas bocas se esmagavam,
E as doces curvas do teu corpo se ajustavam
Às linhas fortes do meu,
Os nossos olhos muito perto, imensos,
No desespero desse abraço mudo,
Confessaram-se tudo!...
Enquanto nós pairávamos, suspensos
Entre a terra e o céu.
Assim as almas se entregaram,
Como os corpos se tinham entregado,
Assim duas metades se amoldaram
Ante as barbas, que tremeram,
Do velho Pai desprezado!
E assim Eva e Adão se conheceram:
Tu conheceste a força dos meus pulsos,
A miséria do meu ser,
Os recantos da minha humanidade,
A grandeza do meu amor cruel,
Os veios de oiro que o meu barro trouxe...
Eu, os teus nervos convulsos,
O teu poder,
A tua fragilidade
Os sinais da tua pele,
O gosto do teu sangue doce...
Depois...Depois o quê, amor?
Depois, mais nada,
– Que Jeová não sabe perdoar!
O Arcanjo entre nós dois abrira a longa espada...
Continuamos a ser dois,
E nunca nos pudemos penetrar!


[silêncio] risos [encontros] despedidas [silêncio]...


sábado, 5 de julho de 2008

Como Vivemos ...

Quem é que assim nos inverteu a rota, para,
em tudo o que fazemos,
assumirmos a atitude de quem está de partida?
Tal como ele, no alto da última colina
que lhe dá a ver uma vez mais
todo o seu vale, se volta, pára, se demora —
assim vivemos nós em permanente despedida.

Rilke

domingo, 29 de junho de 2008

Fragments of "The Awakening" - kate Chopin

"It was not despair; but it seemed to her as if life were passing by, leaving its promise broken and unfulfilled."

"The bird that would soar above the level plain of tradition and prejudice must have strong wings. It is a sad spectacle to see the weaklings bruised, exhausted, fluttering back to earth."

"She felt as if a mist had been lifted from her eyes, enabling her to took upon and comprehend the significance of life, that monster made up of beauty and brutality. But among the conflicting sensations which assailed her, there was neither shame nor remorse. There was a dull pang of regret because it was not the kiss of love which had inflamed her, because it was not love which had held this cup of life to her lips."

"Exhaustion was pressing upon and overpowering her"

The Awakening - Kate Chopin - Parts of Chapter 25,27, 28 and 39

Eu oro com a Clarice Lispector.

Meu Deus, me dê a coragem - Clarice Lispector

Meu Deus, me dê a coragem
de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites,
todos vazios de Tua presença.
Me dê a coragem de considerar esse vazio
como uma plenitude.
Faça com que eu seja a Tua amante humilde,
entrelaçada a Ti em êxtase.
Faça com que eu possa falar
com este vazio tremendo
e receber como resposta
o amor materno que nutre e embala.
Faça com que eu tenha a coragem de Te amar,
sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo.
Faça com que a solidão não me destrua.
Faça com que minha solidão me sirva de companhia.
Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar.
Faça com que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo.
Receba em teus braços
o meu pecado de pensar.


E eu digo: Amém!

Em algum lugar onde nunca estive - e.e.Cummings

Eu vivo tendo umas experiências interessantes com poesia. Hoje depois de receber um telefonema de alguém muito especial, a primeira frase de um poema do Cummings ficou se repetindo na minha cabeça como um toque de piano. Ai eu fui lembrando da poesia inteira e entendi o que me "faz compreender a voz dos olhos". Taí a poesia! Belissíma!


"nalgum lugar em que eu nunca estive, alegremente além
de qualquer experiência, teus olhos têm o seu silêncio:
no teu gesto mais frágil há coisas que me encerram,
ou que eu não ouso tocar porque estão demasiado perto

teu mais ligeiro olhar facilmente me descerra
embora eu tenha me fechado como dedos, nalgum lugar
me abres sempre pétala por pétala como a Primavera
abre (tocando sutilmente, misteriosamente) a sua primeira rosa

ou se quiseres me ver fechado, eu e
minha vida nos fecharemos belamente,
de repente,assim como o coração desta flor imagina
a neve cuidadosamente descendo em toda a parte;

nada que eu possa perceber neste universo iguala
o poder de tua imensa fragilidade: cuja textura
compele-me com a cor de seus continentes,
restituindo a morte e o sempre cada vez que respira

(não sei dizer o que há em ti que fechae abre; só uma parte de mim compreende que a
voz dos teus olhos é mais profunda que todas as rosas)
ninguém, nem mesmo a chuva, tem mãos tão pequenas"

(tradução: Augusto de Campos)

quinta-feira, 19 de junho de 2008

A benção

"Que o caminho seja brando a teus pés... O vento sopre leve em teus ombros... Que o sol brilhe cálido sobre tua face... As chuvas caiam serenas em teus campos... E até que eu de novo te veja, que os Senhores te guardem nas palmas de Suas mãos".....

Eu, Eliot, o tempo e o limite.

(...) "No imóvel ponto do mundo que gira. Nem só carne nem sem carne.
Nem de nem para; no imóvel ponto onde se move a dança.
Mas nem pausa nem movimento. E não se chame a isto fixidez,
pois que passado e futuro aí se enlaçam. Nem ida nem vinda,
Nem ascensão nem queda. Exceto por esse ponto, o imóvel ponto,
não haveria dança e tudo é apenas dança.
Só posso dizer que estivemos alí, mas não sei onde,
Nem quanto perdurou este momento, pois seria situá-lo no tempo.
A liberdade interior do desejo prático,
A fuga da ação e do sofrimento, a fuga da compulsão
Interior e exterior, ainda que cingidas
Pela graça dos sentidos, uma luz branca imóvel e movediça,
Erhebung estática, concentração
Sem exclusão, ao memso tempo um novo mundo
E outro antigo agora decifrado, compreendido
Na íntegra de seu êxtase parcial,
Na resolução do seu parcial horror.
Contudo o encadeamento de passado e futuro
Entretecidos na fragilidade do corpo mutável
Preserva o homem do céu e da condenação
A que nenhuma carne poderia suportar.
O tempo passado e o tempo futuro
Não admitem senão uma escassa consciência.
Ser consciente é estar fora do tempo
Mas somente no tempo é que o momento no roseiral,
O momento sob o caramanchão batido pela chuva,
O momento na igreja cruzada pelos ventos ao cair da bruma,
Podem ser lembrados, envoltos em passado e futuro.
Somente através do tempo é o tempo conquistado.
Trecho de Burnt Norton II parte in "Os quatro quartetos" - T.S. Eliot

domingo, 25 de maio de 2008

Olhos d'água

Ahhhhhhh vou ter que escrever essa lembrança. A foto abaixo me fez lembrar de uma das pessoas mais queridas de minha vida, que costumava me chamar de olhos d'agua. Se ele me visse hoje ia dizer que meus olhos andam inundados.
Dele sinto uma saudade sem nome. Uma saudade que a gente sabe indizível. Eu já não saberia separá-lo de mim. E sei que não vai ser preciso porque é assim que é. A gente existe um no outro de um jeito que não tem mais jeito. Dele eu construí tanto em mim. Com ele me refiz inúmeras vezes. Nele construí um mundo e lá deixei parte do que é o melhor de mim!

"Baby, today my eyes are invested with remoteness and intangibility!"

Dias longos desde então...


Nao faz tanto tempo reparei que os dias mais longos são aqueles que estão repletos de novas experiências. São longos. Têm sido. Não que eu venha tendo tantas novas experiências assim. Mas é que quando se tem uma que muda todo seu olhar pra vida até as coisas mais rotineiras e banais vão assumindo outros significados, você vai construindo tudo de novo. Cansa. Eu ando exausta. Coisa absurda isso de viver assim. Os tons das cores mostram tantas coisas, o barulho da chuva canta mil músicas, seu próprio nome ecoa a kilômetros de distância. É impossivel dizer. Eu não digo. Mas aí me tomam por qualquer outra coisa que não me importa mais. Eu gasto meus longos dias refazendo tudo enquanto faço as mesmas coisas. Olho. Sinto. E me espanto com a beleza.

The Scarlet Letter - Nathaniel Hawthorne

I have been reading this book and this part has just taken me from myself...

“It was as if she had been made afresh, out of new elements, and must perforce be permitted to live her own life and be a law unto herself, without her eccentricities being reckoned to her for a crime.”

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Sábado, 3 de maio de 2008

Enquanto a chuva caia na cidade pensava no que restara da vida. Tentava sistematicamente enumerar. Os recentes telefonemas que recebera naquela noite ecoavam no meu mar represado. Lembrava de uns trechos do Caio enquanto o carro me levava pela cidade. Era minha aquela noite. Os deuses haviam prometido! Sentia aquele aperto no peito. O que eu vou fazer agora? Caio dizia que a morte constante das coisas era o que mais lhe doía. Respirei fundo e pensei que sim! Mesmo assim era bom viver. Coisa complicada isso de viver, mas estava quase certa que era bom!
Precisava fazer algo de tudo que vi da vida. O melhor de mim esteve diante de meus olhos por toda noite. As lagrimas longamente represadas se arrebentavam em longas risadas. Alguns olhares claros que me cercavam iluminavam a estrada. Quando a luz volta a ser um sol, aquece. O vento bate e alenta. Eu deixo aquela obrigação de ter que fazer algo com aquele aperto no peito e fico ali, sem compreender, sem saber como o frio passou. Ficava vendo minha alma amanhecer. Estava timidamente amanhecendo nos olhos de antigos e novos amigos. Os cheiros, suores, abraços, a musica, o corpo... tudo amanhecia em mim. Encontrara um jeito de continuar. Dizia a alguém que aquele poderia ser o primeiro dia da minha vida. E não era vontade de simplificar. Era vontade de vida, de ser melhor pra mim, pros outros, de me deixar encantar por tudo que a vida trouxesse. Vontade de continuar amanhecendo nos olhos daqueles que escolho chamar de amigos.


"You are just too good to be true! You'd be like heaven to touch!"
These sentences above are specially for the ones who ended the night at Gabriel's house!
No words were left to speak!

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Essa nossa vida

Não esperaria tanto tempo passar se não soubesse a cor de sua alma. Se não soubesse que entremeado ao seu louco desejo está sua sede de vida. Então vai! Vai por esse mar, por onde você passeia só e seguro. Esconda – se aí! Não me deixe vê-lo.
Olharei pra você e não buscarei seu ser. Nenhuma oferta farei por sua alma. Quero um ter-te a ti simples...

Farei dessa nossa vida uma estrada calma e cheia de descobertas. De um jeito que só teremos a surpresa já esperada. Ninguém chorará o choro repentino, mas só aquele que já se sabe estar na garganta...
Tomaremos o conforto por regra e a tranqüilidade por lei...

Faremos dessa nossa vida aquilo que nunca tivemos antes mas que sempre sonhamos poder ter.
Fascinados pelo espírito um do outro daremos as mãos sempre como quem se despede. Porque saberemos que essa é a única forma de sermos nós.

7 de Fevereiro de 2007

domingo, 13 de abril de 2008

"Haja luz."

Amanhã tem sol.
E eu fecho os olhos e gosto do que vejo.
Essa insistência de luz me cega. Dá vertigens. Provoca enjôos.
Ainda no particular escuro dos meus olhos, vejo um céu tempestuoso.
Aquelas luzes cruzando de um lado a outro, como se delas as trevas fizessem conta. A chuva avisa que chega... - the rain will chill – toca aquela música triste e tudo fica assombrosamente harmonioso. O escuro, os flashes, a chuva e o frio, numa cena cuidadosamente montada, ensaiada. Tudo porque depois que o sol pintar, não restará outra coisa a não ser esse continuum.
Mas eu ainda sinto saudade das tulipas. Ainda que sem fé.